BORBOLETA

Na solidão do meu quarto

adentra pela janela uma Borboleta.

A noite é de poucas nuvens

e de céu coberto de estrelas.

De suas asas o roçado

traz à minha mente lembranças

do teu olhar, do teu beijo,

do teu sorriso criança,

do teu amor não provado.

Fecho os olhos e imagino-me

no teu corpo mergulhado,

sentindo o gosto dos beijos em teus seios

vendo a luz de prazer no teu olhar,

do ato de amor que não foi trocado.

Devaneio...

e vou a tua presença,

e é tão forte esta sensação,

esta crença

que sinto tuas mãos me envolvendo,

me abraçando, me bebendo...

Um súbito bater de asas

desperta-me deste sonho inebriante,

a tempo ainda de ver a Borboleta bela

levar minhas lembranças

num rápido instante, pela janela...