Soneto à Poesia Perdida
Procuro o poema que eu guardei no mar
Escrito com as asas do sonho que o mantinha.
Feito das minúcias de esperança a borbulhar
Como umas juras de amor de manhãzinha.
Um poema pincelado de arco-íris e calor
Em cintilâncias, tal qual as bolas de sabão.
De uma sonoridade perdida de condor
De suaves acordes vespertinos em canção.
Procuro a poesia de uma voz que a escrevia
Com as notas mais sonoras de seu ser
Cantando doce e calmo o dia-a-dia.
A poesia que eu plantei para colher
Numa noite de fogos, beijos e alegria
E navegar com ela o meu viver.