Bem me disse um poeta




Não se faça de poeta
Nem de porreta se faça
Beba uma taça

De qualquer coisa
Faça uma trouxa
E se afaste do bar

Na minha trouxa
As roupas sujas
De um amor assim
Imensurado, todo rasgado,
Todo fétido, todo perdido

E a sombra atroz perturbando
E na taça vazia a sombra,
a imagem, borbulhando!...

Era difícil demais, ver o vulto
Da visão, sem mais um copo
Beber, e vinha o insulto
À tua imagem no copo.
Se beber, perco a visão
Se não o faço, a cerveja
Esquenta e ela se desfaz

Por enquanto só teu rosto
Cabe na taça. Mas de pirraça
Beberei outro copo
E verei teu busto
E depois de mais umas taças
Teu corpo inteiro
E o solverei com sofreguidão!...

E não mais virei neste bar.