Esqueci como se escreve amor

Esqueci como se escreve

A palavra amor

Alceu canta o amor

De forma tão limpa

Quando é junho no seu imaginário

É muito temerário

Querer imitá-lo,

Vou colorir ao meu jeito

A dor que mora em não sei quem

Mas tem peitos bolorentos

Precisando de uma limpezinha

Todos se mofam com o passar do tempo

Ficam lentos e lentos não se vêem

Como o vento que passa

E deixa uma fumaça dos idos

e outra dos que perdemos

“...ainda tem peixes de geleias azuis...”

O mesmo Alceu disse: ”A solidão é fera...”

E eu mesmo sei .

A solidão dói mais que martelada

Num dedo já machucado.

Que a sangria antes do menstruo

Que a dor do dedo inchado

Depois de entrar no dedal.

A solidão é um vazio

Que numa bacia não se descarrega

Ela é só ela; imperiosa!

Como a rosa

que nunca nasceu no meu jardim!...

Eu tive, também um “ Cavalo de pau”

Andávamos céleres por moinhos

Os caminhos eram de pau-a-pique

Mas da Bahia a Sergipe era só um pulo.

Só lembro, mal, quando puxaram

Demais as cordas e meu irmão

Ficou com os “ ovos nas mãos”.