Ôca
As vezes cansada
Buscava-o com o olhar
Não dizia nada
Inútil falar
Os mesmos gestos
O mesmo gosto
De beijo de todo dia
As vezes se via
Como amarelinha
Pisada, demarcada, com fracas linhas...
E uma vontade de se ir
Às entranhas da terra
Voltar aos braços da mãe guerra
Porque em seu ventre há paz
As vezes doia mais
Noutras menos
Mas as lágrimas, agora secas
Detinham o mesmo gosto amargo
De uma vida inútil
De uma busca louca
Que cessava
Com as lâminas frias
Que o pulso beijava...