SEM MEDO DA SEGUNDA-FERA
Confesso, que me descobri
inteiro – lúcido e calmo –
depois do almoço de domingo.
Antes, tempo de sono e de medo,
passada, da manhã, a euforia,
quando, já é pressentida,
no horizonte esmaecido,
a segunda-feira, com seus açoites
e sua faca entredentes.
Vitorioso, então me sinto,
por não mais me esconder
debaixo de camas ou de saias,
vencendo o temor, desmedido,
persistente na alma, anos seguidos,
em tardes de sombras e estupor.
Que venha a segunda-fera.
Mas, venha mansa, que não estou de brincadeira.
Que não morro mais diante dela.
- por JL Santos, em 31/05/2009 –