A DÍVIDA DO HOMEM PARA COM DEUS
A DÍVIDA DO HOMEM PARA COM DEUS
Se Deus construiu todos os possíveis universos,
Possibilitou através do sopro no pó do chão o homem,
Concedeu a este, que também criasse o seu mundo.
E hoje o homem constrói, mas destrói o que é fecundo
Ao manto terreno: águas, matas, viventes... Consomem.
Em sua fecundidade a terra reage e quase se renova,
Se lhe falta o pó do chão, basta-lhe a rocha ou lajedo,
Derramando-lhe o verde que a ganância do homem corrói;
Em busca do ouro: preto ou amarelo, novo mundo constrói
Isolado, preso em guetos, o homem com medo do homem.
Acreditam ser Deus a imagem e semelhança de si, o homem.
Tola e pretensiosa criação desse “Ser” maior, criador da vida.
Incrédulos, percebam no firmamento, sintam o vento, o espaço,
O silencio, o mar, os rios, as criaturas e entre elas entrelaço.
Percebam e sintam a grandeza do “Ser” pela obra construída.
Acredito não ser utopia a união do homem com a natureza,
A sapiência evolutiva do ontem no hoje e no amanhã.
O espírito acima da carne; chamo a isso de evolução maior.
Aquele que dá, nem sempre é o que tem; é apenas melhor?
Quem veio e ao outro ajudou; sua vinda não terá sido vã.
É do mórbido leito de um hospital que escrevo estes versos.
Vejo através da vidraça as obras e, sinto o seu Criador,
O indefinível “Ser” maior que me permite Lho indagar,
Por que Te tornas inalcançável e os olhos do homem enxergar?
Embora esses pregoem aos cantos do mundo de Ti o amor.
Rio, 22/05/2009 – INCL
Feitosa dos Santos