VIDA EM CREPUSCULO
Os anos passaram-se e com eles os crepúsculos,
Que marcaram os dias findos em nossas vidas.
Longínquo no tempo está o dia, que vindo eu vi,
Outros ares, outras vidas, e vi o palco do mundo,
Onde os homens representam suas árias e logros.
Lágrimas resvalam bruscamente à face luminosa
Da estrela que começa e o circulo que se abre.
São as lágrimas de prazer ou sentimento do vazio?
Essa dúvida nasce ainda com a vida na concepção,
Estendendo-se a cada manhã, a cada crepúsculo,
Até o limiar da existência, no pulo para além vida.
Cá na terra, a cada por do sol, marcamos no tempo
Mais a ida do que a vinda, sem fanfarra a espera.
Homens, homens, homens... Quão loucos somos!
Porque dos outros? Se de nós nada esperamos.
Além da peça, que nesse palco mal representamos,
A vida é muito mais que uma ária nesse palanque,
Para que logros? A vida é uma chama que se apaga.
Rio, 17/05/2009
Feitosa dos Santos