Contraste poético
Nos desgastados trastes de um violão cansado
acordes esquecidos – repousa em silêncio
um eu que ainda tenta encontrar a poesia
e meu verso calado é o silêncio que vergasta
feito um vento incessante de uma noite fria...
Vão esforço quando vejo que ainda te afastas
e arrastas de mim o desejo e o verso mudo...
E esse medo me induz a sentir o contraste;
essa parte de mim que ainda se assombra
com essa parte de ti que mais me seduz:
O contraste entre o meu eu vazio em sombras
e teu eu ausente de mim – mas pleno em luz!
É poético o contraste! E chega a ser belo, enfim...
Mas, o amor! Sim, o amor que me deixaste
não há tempo que baste pra tirá-lo de mim!