Coisa sem nome

Um dia não sei bem

Ao certo quanto incerto

Infarto concreto

Um dia nem sei qual

As roupas branquinhas no varal

Revelam a alvidez da alma poética

Fractal

Espectral

Coisa e tal

Tal e coisa

Mas tudo lá bem no fundo

Não deixa de revelar

A mesmíssima máxima

Somos todos infinitamente sós

Absurdamente sós

Não importa

Quando fecha-se a porta

É tu e tu

É você e você

Ou seria tu e você

Imagina para qual missão vieste

Tenta descobrir-se no caos caótico

Do submundo antropoformófico

Estagnado

Ora mas quanta balela

Apaga a luz da sala

Sai da janela

Vem deitar-se

Que ao menos este dia já era

Deixou de ser

Amanhã

Começa tua busca

Em saber

Em perceber

O que vieste realmente aqui fazer

Ou nada fazer

Ou nada ser do que devias

Dorme, dorme

Que para o que adormece

Amortecida esta a alma

Deixa de ser

O que é

Então descansa de si próprio

Eita coisa boa por demais descansar de si

Deixar de aperceber-se

Vixi preciso dormir