Tela O Pai de Moisés Braun



ESTE PAI



Olha este pai com uma face carcomida
Pelo tempo que decorreu. Que estigma,
Trá-lo cunhado na pele por rugas, corroída?
Expressão cansada, indelével. Que enigma!

Quanta peleja travou este homem?
Quanto encanto ocultou dos tempos?
Os desgostos que agora o consomem
São manifestações dos contratempos

Veja este pai, foi mais do que um gerador
Foi um herói sem título, um proletário
Que da terra tirou fruto do seu labor
Dos arroubos do clima, dependia seu salário

Sente este pai, de epiderme acabrunhada
Olhos perdidos no vazio, sem esperança
Que lhe resta na existência aposentada?
Que deixará aos seus filhos como herança?

Percebe este pai, assim, bem de pertinho
Transmitiu aos filhos, com toda a certeza
Um espólio de boa educação e de carinho
Produto de um amor de preciosa beleza!

Denise Severgnini
Denise Severgnini
Enviado por Denise Severgnini em 07/04/2009
Reeditado em 08/08/2010
Código do texto: T1527613