POETA VAGABUNDO

Durmo meus sonhos à beira praia.

Mas mais ao longe,

oiço o vai e vem, das ondas cavalo,

num ruído típico, de um mar em ebulição.

Um vermelho vivo, vai por dentro

de meus olhos, pois que lhes bate o sol

directamente.

E, num repente, uma miríade de cores,

obriga-me a despertar, de meu entorpecimento,

para procurar uma sombra, ali por perto.

Não muito distante, vejo uma velha árvore,

convidando-me, para debaixo, de sua sombra.

E já enfrentando as dificuldades, da areia e do sol,

desço e subo dunas,

num esforço, que preferia evitar.

Junto à árvore, deposito aí, meu corpo cansado.

E, quase de pronto, cercado de sons, que

me escapam, volto a adormecer, conscientemente.

Um livro meio aberto, aguarda, que lhe digne

alguma atenção.

Mas, que raio, não terei eu também, direito,

ao meu ócio e vagabundagem… dormir apenas?

Sacudido por um leve vento, semicerrados os

olhos, deito mãos ao livro,

colocando-o no bolso.

Ah, como é bom, não pensar em nada. Apenas ser.

Eu… bom… se alguém achar, a dita árvore,

ainda por lá me encontrarão… chapéu

enterrado na cabeça… em sonhos me perdendo.

Jorge Humberto

28/03/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 29/03/2009
Código do texto: T1512278
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