Infância

"Cinco dias e umas noites em vão...

Mas as canções estão feitas

e sopram com o vento

pelos cantos, ecos,

rotos, chatos, bobos, tontos, feios

'vingança!'

de minha mente pobre.

Já que a vida está feita,

já que o mundo sorri enquanto podemos tudo

(queremos muito)

vamos montar um clubinho

e fazer pessoas verem

que em nós, de normal não há nem um perdão

nem uma vergonhazinhazica que seja

pra tornar as coisas verdades possíveis imagináveis

paupáveis sentíveis e risáveis...

E por que nós dois não...

bem não... então...

o que nós dois faríamos?

Se de tudo a infância dita as regras

da conduta, do trabalho de Geografia

e da paixão secretinha...

guardada com carinho

lá bem onde fica a mentira

que eu queria, ha como eu queria, verdade.

Se antes de crescer eu mudar

mudar mudar mudar mover

tudo que é posto, tudo fosco

aos olhos de quem nasce torto,

que eu leve vocês comigo,

menininhas;

vocês cresceram, eu sou o Diego

e não sei se mudo,

mas fico mudo,

ao olhar os olhos verdes

e a mente brilhante;

e, se amo,

se me engano(ava)

não choro, agora,

pois, antes de tudo terminado

estrarei de novo ao vosso lado

mesmo que para isso

tenha que mudar de novo

e de sorrir e ver o brilho, tardio,

da estrela que iluminava nosso recreio."

Dedicado à Natália Daniela e Marina, duas colegas de épocas tão distantes...

Diego Filipe Araujo Alcântara
Enviado por Diego Filipe Araujo Alcântara em 01/05/2006
Código do texto: T148220