POEMA POLUENTE

O meu ar poluente vai ao céu

E destrói a pelica desse azul,

Norte e sul se confundem sob a cinza

Do meu cinza impossível de sondar...

A tristeza derrama o seu efeito,

Minha sombra desenha o fim dos tempos;

Tempos gastos com sonhos, esperanças

Que desmentem seu fundo cor-de-rosa...

Sou a bomba em silêncio nuclear,

A mudez da explosão que rói o mundo

Sem um olho que veja o que acontece...

Vou mais fundo que as asas podem ir,

Numa rota sombria sem futuro,

Pelo escuro de tudo que se foi...

Meu poema polui o seu olhar,

Seu olhar dissemina o meu poema

Sobre todas as auras desse espaço

Que não faço questão de preencher...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 11/03/2009
Código do texto: T1480847
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.