Nada

Bravo!

Perfeito

Conseguiste com mágico efeito

Atingir o ápice

O último degrau

O topo

O cume

Tudo para estar além

Me conta, narra

Qual a sensação de ser campeão!

Estar acima da multidão

Pois eu, sempre imerso

Neste coletivo

Neste cotidiano

Talvez saboreasse

Se acaso deste

Outro lado me encontrasse

Sim, nada, além de mim mesmo

Sou o que sou

Forjado

Ultrajado!

Espantado!

Tolices, canalhices

Noites superficiais

Dias mornos

Madrugadas paralisadas

Quanto tempo desperdiçado

Ou simplesmente anulado?

O que será, desconheço

O que serei, nada sei

Mas o assunto

Caro amigo

És tu

Tu que contempla

A boa estrela da sorte

Que em tudo é vencedor

Sempre absurdamente

Conciso, coerente

Ah!

Vencedor em tudo

Tudo

Nunca precisou esquivar-se

Ausentar-se

Tradução precisa

Da perfeição

Da nobreza destinada

Aos Deuses do Olimpo

Essência

Onde estará?

Dizem que além do lado de lá

Disciplina?

Ah, quantas conjecturas

Melhor esqueçer por hora

Cai bem agora

Uma aspirina!

Sim, esta será a cura

Imediata

Para esta errata

Efeito mais rápido

Mastigar

Depois, fica

Aquele gosto amargo

Aspirina mastigada

Esta é minha receita

Ao perceber

Quanta tolice capaz

Sou de escrever

Por não ter o que fazer!

Perdão, perdão

Sim peço com vergonha confesso

Trazer o caro leitor

Até aqui

Para nada

Absolutamente nada!

Além de satisfazer

Uma alma atormentada!