MAIS UM DIA DE ROTINA

Flores, em balcões, no correr das janelas,

saindo agora do frio, da madrugada,

ainda mais coloridas se parecem, ante

a manhã, acabada de nascer. Que traz consigo,

algumas nuances, de antigos arco-íris,

lá onde o horizonte se mostra, em toda

a sua lonjura, perto

de quem o guarda, de olhar fascinado.

Num ritual diário, pessoas acercam-se,

das janelas, ainda fechadas, de suas casas,

para verem o colorido, das renascidas flores,

absorvendo os primeiros raios de luz do sol.

E é aos poucos, que estas se vão abrindo, para

o dia lá fora, donde, desde logo, se pode

escutar os chamamentos, dos vários pássaros,

assim como sentir, o forte olor, de todos

os espécimes, que as pessoas, com carinho,

foram plantando e regando todos os dias.

Algumas pessoas, trazem consigo, taças de café.

E, debruçando-se, de braços estendidos para

a rua, devagar e com gosto, vão bebendo, aos

poucos, da bebida divina, enquanto o céu se

torna mais azul, por reflexo do sol. E, as roupas,

da noite, vão preenchendo as cordas, de uma

à outra ponta, dos balcões.

Risos de crianças, tomam conta do ar, na sua

saída para a escola, acompanhadas pelos pais.

Levadas pelas mãos e avisadas, de que

não devem correr, sem o devido cuidado, até

aproximarem-se, do portão do edifício, onde,

mais adiante, começa a estrada, com todos os

seus inesperados e imensos perigos.

Sozinhas em casa, as esposas, iniciam o seu

dia de trabalho, não sem antes, tomarem

um nutritivo, pequeno-almoço. E, de seguida,

indo dar água, às flores, que parecem chamar,

em silêncio, quem delas sempre trata.

Um gato decide-se, por ocupar lugar, no

estreito da janela.

Jorge Humberto

08/02/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 09/02/2009
Código do texto: T1430185
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