A Praça
Sentada aqui num banco no meio desta praça,
não há nada que não fale nem nada que não faça
Do rico mendigo adormecido que não tá nem aí
para o povo que passa, nem prá benção do cidadão
que para ele não é pecado ainda menos preocupação
Do nobre trabalhador saíndo do serviço cansado,
cumprindo obrigação e dever baixo este calor abafado
o atacando, o zuando até chegar em seu casa desvairado
Do homem bonitão, terno escuro e gravata de seda,
perdido em ação, que nem presta atenção á rua e ao dia,
escomungando transito e periferia de caminho prá academia
Da mulher muito bem vestida no ponto, pronta para matar,
olhando desconfiada para esse seu vizinho meio sapeco
que a mira com seu olho de cobiça e ela o fulminando do olhar!
Das lindas crianças jogando despreocupadas,
rindo, se divertindo, brincando sem nenhuma outra preocupação
senão a de amar, curtir, jogar, sentir e simplesmente ser feliz!
Do velinho assentado ao meu lado me sorrindo,
Eu olhando para esta simples cena de pura magia do seu dia a dia
através do seu meigo olhar e desse seu sorriso franco e entendido.
“Uma manha na praça através do seu olhar me fez reviver a simplicidade de ser!”
Salomé
Ess. "Mundo Adquirido/2"