Visita de besouro

Resolvi poetizar

Coisas que estava á pensar

Sentei-me em frente ao papel

Fechei os olhos e quase, quase chegou

A tal da inspiração

Acontece que pela janela adentrou

Um besouro

Etá besouro mais sem jeito

Pensei, vem estragar a inspiração do sujeito

Foi aí que matutei

Etá poeta mais sem jeito

Não percebe que o besouro

Também é inspiração

Ao poeta tudo inspira

Não haveria de ser o besouro também poesia

Vagou daqui para lá

De lá para cá

Um balé besourístico

Foi-se embora

Saiu pela janela

Deixando para o poeta

Uma lição completa

De que sempre

Há de se manter a janela aberta!