Desigualdades
Simplicidade e silêncio adquiridos
Neste canto dum mundo esquecido
Donde toda verdade explode na cara
Em sua mais dura e cruel realidade
A dureza da vida vertendo do olhar
Duma mãe que nada tem senão o amor,
Um pouco de pão, agua e o duro chão
Para dividir com os seus filhos na dor
Essa descriminação entre raças e cor,
Onde o santo branco é coroado rei
E o preto escomungado por a lei
Nesta burocracia do nosso dia a dia
Esse preconceito entre dois mundos,
Entre a pobreza e a monóloga riqueza,
Enquanto o rico falece na santa droga
O pobre padece nessa eterna fome
Dura realidade a nos confrontar
Nesta nossa dita batalha das igualdades
Que diz ter mérito no que faz e no dever
Enquanto nada mais é força baixo poder
E depois temos essa luta da sociedade
Que diz querer mudar essa atrocidade!
Com toda a minha sinceridade, neste recreio
Estamos mais perdidos q’um cego em tiroteio!
Salomé
Essays "Mundo adquirido"
"Nova Era Text/1"
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