Fim de tarde Curitibano
Ah! Como enobrece a alma
Vislumbrar o cair do dia
Daqui do alto posso ver
A cidade todinha
Três pinheiros irmãos
E um céu da cor de meu Deus!
Ah! como suave sentir uma Curitiba
Que de mansinho prepara-se para noite
Noites curitibanas
Das avenidas iluminadas
Do passeio público escuro, obscuro!
Das esquinas de encontros e desencontros
Dos bancos de praça
Dos parques verdinhos
Ah! Como amo caminhar, observar
Bôca Maldita
Quanta história
Quanto murmurinho
Embates calorosos, política
E quando a tarde principia seu fim
Fica o poeta assim
De queixo caído, embevecido
Como pode-se amar com tanto apreço
Mas possível é
Amar seu território, sua cidade
Seu lugar sagrado!
Altares, não, os abomino
Apenas construo em minha memória
Uma passagem secreta
Cujas portas sempre abertas
Recebem tuas releituras
Tua vida pulsante
Eterna Curitiba!