Eu bem quis
u te vejo,
mas tu nem existes,
e nem te importas
em passar pela minha porta
com este porte
que eu mal me porto
ao te ver passar.
Mas tu não existes,
és sonho apenas,
mas mesmo assim insistes
em ser real,
sonho de carne e osso,
pele, cabelo e aromas,
que passa fingindo não ser,
meu sonho mais do que pleno,
que me faz sentir pequeno
diante da inconsistência
da existência real de um sonho
que sonho com os olhos abertos,
estupefatos, arregalados, assombrados
como quem vê um fantasma se materializar diante de si,
por pouco realizando um antigo desejo,
quase esquecido, de ser feliz.
E bem que eu quis poder te querer.