Maternal 02

Dorme, meu menino, dorme

Para que eu vele teu sono.

Quero sonhar-te meu.

Teu corpo desnudo, sensual, indefeso,

Deleite aos meus olhos que perscrutam tua alma.

Tua nudez vestida de sensualidade

Entorpece-me, embriaga-me os sentidos. . .

Desejo-te platonicamente:

Não ouso tocar-te.

Viajo por esse chão de terra-morena e

Perco-me na contemplação do que vejo:

Teu corpo moreno, suave veneno,

Servido em taça de fino cristal da Boêmia.

Desfaleço-me etérea,

Disperso-me evaporante,

Figura errante no universo de teus sonhos. . .

Dorme, meu menino, dorme. . .

Oliveira