Fulaninha
Ficava a fulaninha
Toda acessinha
Quando ouvia ao longe, o apito do trem
Corria, naquele seu correr pequenino
Para beira da estrada
Ali ficava sentadinha
Jogando pedrinhas ao alto
So para vê-las cair uma á uma
Que festa era esta, a da tal fulaninha
Quando, mirava, o monstro de ferro aproximando-se
Num pulinho, levantava-se
Arrumava a sainha
Ficava ali na beira da linha
Mas que meniniha traquina!
A mãe ao dar-se conta
Correndo saía, como desvairada
Mas que coisinha mais danada!
Quando por fim, seu amigo férreo passava
Tudo para a fulaninha
Ao lugar voltava
Este era o mais esperado momento
De sua vidinha
Ao longo da férrea estrada!
Aí vem de novo!
Era o apito ao longe
E tudo se repetia, como todo santo dia!