Apenas Palavras
Não tenho muito a acrescentar à bagagem que levas
É um erro pensar que o que temos
A dizer seja útil a quem quer que seja,
Por mais sábias que sejam
Tuas palavras soarão a uns como piegas
A outros, como arrogantes...
Guarda tuas palavras, filho meu!
E deixa que tudo se passe em silêncio.
Por que quebrar o equilíbrio do dia?
Por que pensar na ordem imposta?
Aquele que passa ao longe,
Mãos para trás, cruzadas as costas,
Tem para si explicações sobre todos
Os fatos da vida.
Por que haverias tu de Gritar
Acordando quem dorme
Espantando quem medita
Unicamente por pensar que tuas
Conclusões a respeito de certos fatos
Parecem-te tão extraordinariamente
Verdadeiras a ponto de achares que
Todos precisam conhecê-las?
Até mesmo
O ancião que passa absorto ao longe!
Guarda para ti tuas palavras,
Ainda chegará o tempo de
Tu mesmo corrigi-las
Por hora, basta que apenas silencie