Ser Difuso

Por que me acordas no meio da noite?

Eu abro os olhos e te vás!

Ser de nuvens, por que te vás?

O teu rosto é tão difuso!

Os teus gestos tão sutis!

Mas teu silêncio me confunde

Ser de nuvens, por que não falas?

Da distância me estudas

E parece que sofres por mim!

Ser da noite

Ser confuso

Não fiques assim!

Acho que te conheço

Sinto que conheces a mim

Mas se te espero

Ser bondoso

E estou aqui

Que fazes aí?

Se meu mundo não é teu mundo

E minha matéria estranha à tua

Como posso sonhar-te tanto assim?

Ser de areia

Sou de vento

Já tivemos começo?

Já tivemos fim?

Por que invades minha noite

Por que mudas as gradações de meu frio

E te mostras a mim?

Se te escondes

Se te esquivas

Se teus traços não me deixas ver,

Por que trás tua presença a mim?

Ser confuso

Ser difuso

Não faças assim!

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 11/04/2006
Reeditado em 02/06/2006
Código do texto: T137110
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