Poeta a observar
Resolve o poeta sair pela madrugada
As ruas, exalam um cheiro de esquecimento
O concreto armado, principia um ato inacabado!
Enquanto percorre bêcos, botequins baratos
Observa o poeta, todos, todos á sua volta
Somente ele é capaz de devorar os pensamentos que lhes passam!
Comparável é o poeta a uma espécie de leitor de mentes
Sabe exatamente o que o outro sente
Isto procede, apenas da sensibilidade poética
Nada, nada, haver com métrica, estética!
Onde foi o poeta?
Hum, já , já retorna
Esta ele a analisar uma pobre alma!
Oh! quantas ausências, transpassam aos olhos
Daquela jovem, que acabou de chegar
Oh! quantas vezes vagou, vagou, e onde chegou?
Ali na mesa do bar, onde estava o rélis poeta
A observar, observar!