Insensato

Já provoquei a morte!

Não orgulho-me disto

Fui imbecil, hipócrita

Perdi momentos deveras preciosos

Sempre vagando num bêco sem saída!

Toda vez que ela chegava

Tudo em volta mudava

Eu já não era eu!

Amarga ilusão

Falsos conceitos

Noites angústiantes

Pesares constantes!

Um dia porém

Caí na real!

Fugi do punhal

Hoje vivo!

Provoco a vida

Em sua forma mais divertida!

Ficou apenas, da maldita Janaína!

A certeza de que

Não ilude-me mais

Parecia trazer

Coisas boas

Alegria transitória!

Realidade contraditória!

Noites alucinantes á oferecer

Más é nas manhãs que começava meu sofrer...

Corri, fugi, briguei pela vida!

Então, passou o poeta

A encarar o dia

Apreciar o sol

Passou o poeta a contemplar novamente a realidade

Com olhar limpo, despido do falso sentido

Que pode trazer algo assim tão artificial!

Das muralhas brancas, alvas, nada, nada restou

Daquele furor, a alma foi curada

O corpo foi poupado

Das muralhas brancas, restaram apenas tristes lembranças

Que caiam por terra, dissolvam-se oh infinitas muralhas brancas!

Julia Lopes Ramos
Enviado por Julia Lopes Ramos em 02/01/2009
Código do texto: T1363231
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