Insensato
Já provoquei a morte!
Não orgulho-me disto
Fui imbecil, hipócrita
Perdi momentos deveras preciosos
Sempre vagando num bêco sem saída!
Toda vez que ela chegava
Tudo em volta mudava
Eu já não era eu!
Amarga ilusão
Falsos conceitos
Noites angústiantes
Pesares constantes!
Um dia porém
Caí na real!
Fugi do punhal
Hoje vivo!
Provoco a vida
Em sua forma mais divertida!
Ficou apenas, da maldita Janaína!
A certeza de que
Não ilude-me mais
Parecia trazer
Coisas boas
Alegria transitória!
Realidade contraditória!
Noites alucinantes á oferecer
Más é nas manhãs que começava meu sofrer...
Corri, fugi, briguei pela vida!
Então, passou o poeta
A encarar o dia
Apreciar o sol
Passou o poeta a contemplar novamente a realidade
Com olhar limpo, despido do falso sentido
Que pode trazer algo assim tão artificial!
Das muralhas brancas, alvas, nada, nada restou
Daquele furor, a alma foi curada
O corpo foi poupado
Das muralhas brancas, restaram apenas tristes lembranças
Que caiam por terra, dissolvam-se oh infinitas muralhas brancas!