POEMA DO MEU NATAL
Há um sorriso aberto em cada flor ...
Há uma festa de luz pelos jardins ...
E a imperceptível música do vento
toca para as flores e elas bailam
o bailado encantado dos jardins !
Logo mais, há de vir Papai Noel,
para a ingênua ansiedade do menino.
Vai - lhe dar o brinquedo desejado.
Amanhã, vai brincar e querer ver por dentro,
vai quebra-lo e joga-lo em algum canto.
E, um dia, por certo,
quando entrar no porão do seu passado,
escuro de tristeza,
com a velinha da saudade acesa,
vai achar o brinquedo que largou.
E elevai ter, então, menino grande,
a significação das coisas mortas,
vestidas de saudade,
que a fada da ilusão reanima para a gente !
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Tu foste meu brinquedo desejado
que ganhei no Natal daminha vida ...
Eu te quis e possuí.
Quis ver- te mais de perto,
tentei ver, e te vi.
Envelheceste em meio às esperanças,
e eu, não envelheci ...
Tens as rugas da minha indiferença,
e eu nunca sofri ...
Puseste teu futuro em minhas mãos,
E eu não compreendi ...
Escreveste um poema de renúncia
e de dedicação :
renunciaste à tua própria vida
- quanta abnegação !
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Outros brinquedos pela vida eu tive,
e tu nunca brincaste ...
Agora, eu te quero a meu lado novamente,
porque o tempo me fez reconhecer ...
Porque trazes a mística lembrança,
que é saudade e é amor,
do brinquedinho antigo ...
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Há uma festa na minha consciência,
porque um remorso não existe mais ...
ÉLTON CARVALHO