SÚPLICA

Pulsa, coração!...

Mesmo sem o vigor colorido

De outrora: pulsa!

Não paralise agora o alicerce

Do meu construto mental.

Sei que deverás deixar-me

E a libertação da minha alma,

Sorrateiramente, se aproxima.

Peço-te, porém, um pouco mais

Do seu abnegado labor,

Para que o meu projeto final

De vida seja concluído.

Posso jurar-te, coração:

Não temo a morte.

Faço apenas um apelo,

Que encerra o meu propósito

De reparar, ao menos,

Diminuta parte dos meus erros,

E disseminar todo o meu amor

Aos meus semelhantes,

Antes que seja tarde demais.

Que o último círculo

Do meu sangue coincida com

O desabrochar de mentes

Mais humanas e fraternas,

Num mundo onde as perdas e a dor

Deem lugar a sorrisos inocentes

E atos imortais.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 10/11/2008
Reeditado em 07/07/2024
Código do texto: T1276139
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