CEDO

Gozou a vida:

bebeu de tudo,

amou a todas,

armou das suas,

virou as luas

contando os astros...

Curtiu baladas,

"cartou" à beça,

cortou "dobrados"

e disse ao mundo

pra "cortar essa"

de censurar...

Fumou bagulhos,

falou bugalhos,

correu a cem,

perdeu o senso,

se fez de santo

e tanto fez...

Não teve modos

nem teve medo,

nas noites altas

achou bem tarde

ainda cedo,

jamais cedeu...

Ir tão além

o pôs no além

aquém do tempo

de se prever,

porque viver

não teve hora...

Achou a noite

sem mais manhã,

foi ser ninguém,

nenhuma sorte,

curtir a morte,

gozar o nada...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 03/11/2008
Código do texto: T1262980
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.