ASAS BANDIDAS

Ah, anjo, ah, anjo

Maldito sejas tu

que observa mes atos

de um ângulo fortuito.

Dar-te-ei melhor:

Anjo, vem viver comigo!

Vem ser bendito!

Vem cantar o hino

das desgraças humanas

da manhã à noite

entre os os homens!

Ser anjo assim prostrado

Ao longe, observando

e sem ser observado

quem não quer?

Sai do torpor!

Vem ser mulher

aqui comigo, anjo!

Vem tocar a harpa

da vida humana

e ser o instrumento

meu instrumento,

que eu te tocarei...

E só depois de tocado...

E só depois de cantado...

Anjo, anjo, anjo

... Talvez anjo meu...

Retornarás ou não

ao teu paraíso

incolor.

Jacqueline Aisenman
Enviado por Jacqueline Aisenman em 29/10/2008
Código do texto: T1254872
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