QUE SE DANE...

Sua mente lúcida,

Pensa idéias sem nexo,

Me veste de dúvida,

Me despe pro sexo.

Levitando tácita.

Aromando livída;

Como fruta ácida,

Com a face limpída.

Com asas de libélula,

Com gosto de acácia.

Misturando celúlas,

Exalando hemácias.

Falando, branca,

Beijando úmida,

Roçando ávida.

Se entregando lícita.

Se despindo prática.

Se deitando atônita,

Como rainha ática,

Como se fosse a tônica

De meu querer.

E querendo o máximo,

Absorvendo lírica,

Fluindo bêbada.

Dançando surrealísticamente,

Embaçando a vista,

Metamorfoseando a vida.

Me chamando de delícia,

Distribuindo carícia.

Impúdica virgem,

Importunando a noite,

Com tentáculos hábeis,

Com furor suave,

Derretendo orgasmos,

Bisando seios e coxas,

Removendo o marasmo,

Cheia de manchas roxas.

Vazando sumos,

Nos fazendo uno,

E perdendo o rumo,

Ganhando aplausos,

Encantando najas,

Num fervor de ninjas,

Entornando graça.

Mesmo que finja,

O cabelo tinja,

Verta lágrimas e perólas,

Bandida de auréola.

Vou te amar cético,

Fervoroso herético,

E que se dane o resto,

Que morra o que falem,

Por escrito atesto

Que as bocas calem!...