FRATRICÍDIO
Não,
Não é vento.
Não,
Não é chuva.
A negridão da noite,
Não é a noite...
Não.
O que tu vês,
Dobrado em quatro,
A uma esquina
De esquecimento,
É só o vagabundo,
Que já não tem lamento,
Prà chuva –
Flúmen de lágrimas,
Correndo
Em líquido cristal.
E a chuva, é vento,
E o vento, é chuva –
Grito metamórfico,
Casulo, de vida sedento.
E a mentira foi concebida,
No ventre estéril, de uma puta,
Que se chama:
Sociedade fratricida.
Jorge Humberto
in Pensamentos Dantes e de Agora