UMA NOITE EM UMA VIDA

Que pena se a noite é tão lenta,

Nada acontece nada se move,

Durante o dia as horas voam,

Contamos cada minuto que nos restam,

Mas nos desencontros, contamos em dias.

Oh! Insensato tempo que corre,

Oh! Penosa noite em que todos dormem,

Porque penso eu ser apenas eu,

Nesta noite infinda e de brisa suave?

Vai oh! Vento, e toca a porta,

Do ser amado, e diz dessa solidão,

Nesse malfadado tempo de ausência,

Sem o vislumbrar do sol que brilha,

Desse vento a tanger meu ego por carência,

Nesse canto do mundo, choro bem baixinho,

A vinda da minha insensata adolescência.

No querer saber o porquê de tudo,

A paz que acalenta o coração,

O sorriso não meu, porem dos outros,

A saudade do ontem e do hoje, a emoção.

Na pele a suavidade da brisa errante,

No olhar as cores penetrantes,

De beleza que a natureza nos concedeu.

A noite que passou bem longe vai,

E por certo suspirando, quem nela cai,

No rosto o sorriso de quem sobreviveu,

Ao passante manto negro que morreu.

Rio, 17 de outubro de 2008

Feitosa dos Santos