O diabo ri

Enquanto a hora passa, passa

No meu sangue banha, banha

E a minha carne nem estranha

A navalha que o cárdio traspassa

Enquanto sol morre, morre ali, ali

Meu pensamento se evapora

No âmago dessa inebriante hora

E a dor é mesma que no rosto ri, ri.

Enquanto as sobras caem, caem

Nos abismos que pude abri

Gota a gota os glóbulos saem, saem

Dos pulsos aberto que eu por mi, mi

E é dessa tinta que se fazem, fazem

Os rebojos nos quais o diabo ri, é, ri.

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 13/10/2008
Código do texto: T1226656
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