O diabo ri
Enquanto a hora passa, passa
No meu sangue banha, banha
E a minha carne nem estranha
A navalha que o cárdio traspassa
Enquanto sol morre, morre ali, ali
Meu pensamento se evapora
No âmago dessa inebriante hora
E a dor é mesma que no rosto ri, ri.
Enquanto as sobras caem, caem
Nos abismos que pude abri
Gota a gota os glóbulos saem, saem
Dos pulsos aberto que eu por mi, mi
E é dessa tinta que se fazem, fazem
Os rebojos nos quais o diabo ri, é, ri.