BEM ALHEIO

Sem amor desde quando me desencantei,

sou atado ao desejo que me lambe assim;

digo amém ao teu corpo, e na lei do prazer

vou ao fim deste poço que reflete o fundo...

Apaguei de minh´alma o menor sentimento,

mas o cio se deixa laçar pelo cheiro

do momento que ateia este fogo na pele;

do canteiro de sonhos que a carne rebenta...

Este jogo ardiloso no qual me arrebatas,

catas todas as sobras de quem fui pra ti,

nunca mais recupera o que senti outrora...

Desde quando arbitraste me fazer de coisa,

tens na noite uma coisa que não te pertence;

que não vence teus muros, mas é bem alheio...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 30/09/2008
Código do texto: T1204685
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