As peles abandonadas

Toda hora me descubro, e sou ainda diferente

Um ser mais ductilizado

Menos volumoso

Assim, a tudo meio indiferente...

Mas nem sempre

A face pode ser de alegria

Mesmo fugidia

Espanto-me às vezes a rir

As faces mudam, cambiam os pensamentos

E assim, em solo diferente

Nasce a toda instante

E da mesma semente

Um broto, uma arvore, uma flor...

E o pólen invisível de ser

Espalha-se para muito alem dos continentes

E vai ainda mais longe

Voando sobre e entre o que pensa e o que sente todas as gentes

É sempre diferente o ser que nasce

E admira o morto

Que há pouco respirava normalmente...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 20/09/2008
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