As peles abandonadas
Toda hora me descubro, e sou ainda diferente
Um ser mais ductilizado
Menos volumoso
Assim, a tudo meio indiferente...
Mas nem sempre
A face pode ser de alegria
Mesmo fugidia
Espanto-me às vezes a rir
As faces mudam, cambiam os pensamentos
E assim, em solo diferente
Nasce a toda instante
E da mesma semente
Um broto, uma arvore, uma flor...
E o pólen invisível de ser
Espalha-se para muito alem dos continentes
E vai ainda mais longe
Voando sobre e entre o que pensa e o que sente todas as gentes
É sempre diferente o ser que nasce
E admira o morto
Que há pouco respirava normalmente...