A praça de Todos Nós

 

Quantas vezes sentei nos bancos das praças 

A mascar chicletes como a mascar a vida.

Vi pessoas apressadas a passarem,  pipoqueiros,

Carros a buzinarem, meninos barrigudos.

 

Quantas vezes sentada nos bancos das praças

Filmei da minha visão telepática o caos urbano.

Uma mistura salobra do que é belo e o feio.

Cena patética dos arvoredos e lama. 

 

A página do jornal estupra a minha consciência,

A desigualdade mancha as páginas de sangue,

A sociedade de sorriso amarelo samba,

Samba o ano todo para pagar as contas.