COMETA

Vejo agora que nunca fui injusto

por julgar que a fogueira do teu verbo

fosse puro artifício para os olhos

desta minha carência em solidão...

Tua palha durou até bem menos

do que a velha razão profetizou;

teus venenos de amor, ineficazes

não souberam chgar na minha veia...

Sei até que sabia o que hoje sei,

só faltava saber que já sabia;

teu pra sempre não teve um horizonte...

Felizmente firmei os pés no chão,

me tratei da paixão com tarja preta;

resisti ao cometa e me curei...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 10/09/2008
Código do texto: T1171025
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