NAS ASAS DA NATUREZA
Por entre a espessa nevoa,
Voava a gaivota errante,
Beirando o meio da serra,
Seguindo um bando distante,
Desengonçada em seu vôo,
Mantinha ritmo constante.
E contemplando o seu vôo,
Pude ver na singeleza,
No traçado dessa rota
Na insuperável leveza,
O vento leva ao caminho,
Nas asas da natureza.
Por entre brumas olhando,
Alcança um ponto a visão,
Ao bando já não o vejo,
perdi-o na imensidão,
Segue a gaivota erradia,
No tempo e na contramão.
Me veio a reminiscência,
O pavor que o homem sente,
Do vazio em sua alma,
De um silêncio delinqüente,
Do medo de se ter medo,
Não ter gente com a gente.
Rio, 09/09/2008
Feitosa dos Santos