EXILADO
Um homem longe do seu país.
Sem a presença
de família, pais.
Não sabe o que pensa,
Sente falta de sua morada,
Sofre a falta da namorada
que ficou distante.
Dos sonhos lacrados,
Dos beijos que viriam.
Do aroma de sua terra,
Dos frutos da epóca.
Sem paz, mesmo sem luta,
Sente-se em constante guerra.
Esquece os versos por escrever.
Sente saudade da inspiração.
Palavras sem nexo a derreter;
Escorrem pelos degraus da dor.
Dilacerado coração...
Não entende o idioma,
Estranha cultura,
Desconhecido alimento.
Seja em Pequim ou Roma.
É igual sepultura.
Onde se esconde do tormento.
Se esvai em lamentos,
Não passam os momentos.
O calendário não muda.
Fico cego, mudo.
Não se situa,
Odeia tudo,
Todos.
A si.
Exilado,
Banido
Bandido,
Exportado
Degredado.
Rendido
Entregue ás traças.
Que consomem seu ideal.
É o seu final,
Grito de alerta.
Dói o peito,
Deitar no leito,
Vontade incerta.
Asas quebradas.
Lágrimas geladas.
Lastima a sorte,
O princípio de morte.
O gosto de adeus...
[gustavo drummond]