tem assim um olhar sem pressa de cativar
tem assim um olhar sem pressa de cativar,
ao menos julga sê-lo.
da lição das ondas, mãos obstinadas,
quando afagam, afogam
a carência efêmera a incomodar.
não segue o ciclo da natureza,
teu sorriso sempre primavera
adoça os ríspidos impasses afoitos.
teme aventurar-se na própria lucidez,
não se acha capaz,
e capacita-se quando me enleia.
na voz move carrosséis.
é mulher de garra e feito,
mas gesta a menina que encanta.
sabe-se linda quando mergulha em si,
é sábia que o exterior é pouco,
agiganto-me ao absorver-te em teu beijo.