Invocação
Sabes de mim porque és silêncio.
Tua literatura me faz gasoso
dias e horas
longe do tempo.
Na indiferente solidão
procuro sem rumo o caminho
(à luz do cárcere)
sem tê-lo perdido.
Digo uma paixão em voz baixa
em meu derredor
dissipa-me o prazer
que é matéria.
Sabes de mim porque és mistério
no passeio público.
uníssono a que verbo
se estas mãos não são minhas?
a que extravio encobres o manto?
Porém é teu este lugar
quando o abandonas
quando já nem me importa saber-te
quando o vão recolhe
nosso maior diamante
e a vida exprime o erro e a convicção.
(Geovane,maio de 2008)