Cenas de Outubro
Cenas de outubro
Gotas compridas descendo macio
Do céu à terra fazendo pavio
O homem apressado
Prepara a terra
A mão no arado
Vai preocupado
Sabendo que é hora
Não há mais espera
A terra revolta
Recebe a semente
E o homem confia
Que ela faria
Dali para frente
Contínua e mansa
Sem pressa e sempre
A chuva desce
Molhando a semente
Começa a espera
Do homem que olha
Da sua janela
Para ver a hora
Que o verde aponta
Alegrando a aurora
E volta pra dentro
Chamando a patroa
Pra ver se a planta
Foi mesmo boa
A esperança deles
Cresce com a planta
E o caboclo oferece
A Deus uma prece
Ao ver que ali cresce
O almoço e a janta.