Cenas de Outubro

Cenas de outubro

Gotas compridas descendo macio

Do céu à terra fazendo pavio

O homem apressado

Prepara a terra

A mão no arado

Vai preocupado

Sabendo que é hora

Não há mais espera

A terra revolta

Recebe a semente

E o homem confia

Que ela faria

Dali para frente

Contínua e mansa

Sem pressa e sempre

A chuva desce

Molhando a semente

Começa a espera

Do homem que olha

Da sua janela

Para ver a hora

Que o verde aponta

Alegrando a aurora

E volta pra dentro

Chamando a patroa

Pra ver se a planta

Foi mesmo boa

A esperança deles

Cresce com a planta

E o caboclo oferece

A Deus uma prece

Ao ver que ali cresce

O almoço e a janta.

Maria Helena Camilo
Enviado por Maria Helena Camilo em 23/07/2008
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