A VOLTA

Deixei no passado distante

Entre o viver e o sonhar,

Nos mimos eqüidistantes:

As cantigas de ninar!

Caminhei sem laços de afagos,

Buscando outro céu encontrar,

E viver sem elos de amparos...

Sem ter horas pra voltar.

Seguindo a estrada aberta,

Visionando miragens belas,

Vi o mar agigantar-se

Com o furor das procelas!

Percorrendo incontinente,

Esse caminho banal:

Meu coração foi sentindo

Nostalgia sem igual!

Como pude crer na vida

Longe das vinhas que a animam,

Se as aventuras são prismas

De inverdades daninhas?

Hoje volto ao meu passado...

À minha sonhada paz:

Onde estão os santuários

De batéis a navegar!

Onde vejo as castanitas

Nas areias cintilarem

No plenilúnio que abriga

Olhares a vicejarem!

Sinto na alma a divícia

Dos afetos do meu lar,

Onde flui a doce vida

E o amor é singular!

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 10/07/2008
Código do texto: T1073972
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