A VOLTA
Deixei no passado distante
Entre o viver e o sonhar,
Nos mimos eqüidistantes:
As cantigas de ninar!
Caminhei sem laços de afagos,
Buscando outro céu encontrar,
E viver sem elos de amparos...
Sem ter horas pra voltar.
Seguindo a estrada aberta,
Visionando miragens belas,
Vi o mar agigantar-se
Com o furor das procelas!
Percorrendo incontinente,
Esse caminho banal:
Meu coração foi sentindo
Nostalgia sem igual!
Como pude crer na vida
Longe das vinhas que a animam,
Se as aventuras são prismas
De inverdades daninhas?
Hoje volto ao meu passado...
À minha sonhada paz:
Onde estão os santuários
De batéis a navegar!
Onde vejo as castanitas
Nas areias cintilarem
No plenilúnio que abriga
Olhares a vicejarem!
Sinto na alma a divícia
Dos afetos do meu lar,
Onde flui a doce vida
E o amor é singular!