para Neruda
ardem meus poros em nuvens chilenas
espigas, lagos, frutos exóticos.
o beijo da janela calentada por falso sol
eu no meio, meio metade demarcada friamente.
que não pode um ser, além de sofrer por amor
costurar cortinas de chuvas em alpendres desérticos.
soluciono-me numa equação dissolvida em esperas
andorinha alvejada pelo fulgor num rasante mortal.