sem título
Quando bato com seu olhar
Corre o dia em distinta sintonia.
É outra contagem.
Tudo se descola, se desloca
Como bolha de sabão no vácuo.
(Um efêmero simulacro de consolo,
Cai a ronda de sua visão predadora.
Rasga-se palco, se desbrava bastidores,
A fera acuada sussurra traiçoeiramente.
O suposto suspeito passa a ser a vítima,
As vestes vão ao chão
Com um toque místico,
Cai-se o pano e tudo escurece.
O inesperado não faz parte do jogo,
É unicamente a chave que dá partida).
Quando bato com seu iluminar
Firo minha retina a esvair em carências.
Encontra o chão a minha insignificância,
Já tão rotulada de pura inocência.