A NOITE DO SERTÃO
A noite vem com seu encanto
Desfilando céus de formosura.
O prado veste o seu manto
Tecido com a luz da lua!
A brisa brinca e orvalha
E os ramos em pêndulos bailam
Nos verdes campos e valas
Onde os aromas exalam.
Volvendo o olhar aos céus lunares,
Não vejo apenas estrelas,
Vejo os astros aspergirem
Pétalas de flores fagueiras.
Meus olhos se embriagam
Neste leito de verdes relvas,
Onde os pirilampos reluzem
Entre as folhagens silvestres.
A efígie da lua cheia
Resplandece nas lagoas,
E meu coração se enleia
Em ternura e modorra.
As fontes brotam da terra
Entoando cantos de paz
Enquanto em meu peito afloram-se
Lembranças que a vida apraz.