Quem dera eu não fosse

Quem dera poder tocar o escuro do céu

Entre as estrelas

Quem dera passasse todas as eras enquanto

Parasse pra vê-las

Quem dera pudesse na altitude infinita

Poder dissipar

O que trago há muito pesando no Peito

Sem jamais passar,

Explodir meu horrores onde ninguém

Possa escutar...

Quem dera eu não poder entender estrelas

Quem dera não saber

Esse coração amar...

Quem dera

Um anjo me aparasse enquanto caio

Imerso em fogo mas por dentro frio

Quem dera

Olhos gigantes no escuro alem da Abóboda

Se abrisse

E me olhasse

E para mim sorrisse...

Quem dera eu nada sentisse

Quem dera meu Deus

Quem dera

Quem dera eu não fosse

Quem dera poder não ser

Eu de nada soubesse

Quem dera

Quem dera eu nada soubesse

Quem dera nenhum segredo a mim se revelasse

Quem dera isso parasse

E eu não visse mais

Nem olhos nem sorrisos

Que sei que não existem

Na mesma dimensão que eu

Mas que me apegam

E me acalentam

Como se de mim não desistissem...

Quem dera

Quem dera tudo isso fosse apenas uma sensação

Tal qual a ilusão

Da solidão

Quem dera...

Ah se eu gritasse e alguém, de aqui ou de além,

Respondesse

Ao meu grito perdido no infinito mais infinito dos infinitos...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 28/06/2008
Reeditado em 04/12/2022
Código do texto: T1055590
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.