Queria um poema amigo?
Queria um poema Castro?
Não posso matar todas as aves
Que voam no meu céu...
Algumas se dão ao holocausto
Mas outras, belas aves, apenas
Aparecem e se vão,
O que sobra é apenas lembranças
De dentro do pensamento
Misturado com imaginação e a desconfiança
De que se não se é
Nem louco nem são
Mas eu não me preocupo com isso velho amigo
As aves que aqui gorjeiam
São aves leves, poemas leves
Como os intestinos das africanas crianças
Que descem La do céu um olhar sobre mim
Como se me perguntassem
Que fizeram com a esperança
É cara amigo Castro
Africanas crianças
Aves que povoam o meu ser
Que me faz ver sentir e viver
O que eu não pedir para ter
O que eu não posso apelar
O que não posso evitar
Africanas crianças...
Elas estão em todo lugar
Minha casa está repleta delas
Meu céu
Minhas aves
Todas são elas velho amigo
Vá entender...
Não peço nada Castro
Mas queria apenas te dizer
Que nem todo poema é pra morrer
Por isso não podem nascer
Mas vivem eternamente na profundidade do meu ser
E são esses amigos
Que tenho para oferecer
As africanas crianças
Que em nenhum momento do meu dia
Meu eu
O eu que não sou eu
Mas o eu que é mais eu que eu
Não deixa esquecer
Africanas crianças Castro
Africanas lindas crianças...
Olha Castro!
Ah, você nem pôde ver...